quinta-feira, 6 de março de 2008

'Dois Amantes'

Era uma vez dois amantes, que em sua aldeia, viviam um amor proibido e ardente. Proibido, pois desde o fim de todo o Renascimento, qualquer tipo de sodomia era abolido por toda e qualquer sociedade. Certa noite, ambos se encontraram na encosta da colina mais alta, na região sul. O sentimento que pelos dois circulava, era algo puro, ingênuo e de coração. Sempre que se encontrava, ambos se abraçavam longos minutos, que para os mesmos, passava como uma brisa noturna, em uma noite de verâneo.
Depois de carícias, um encostou no outro e assim repousavam o descanso dos justos, sobre aquela gruta que confidenciara todos seu segredos. O amante mais velho, ficava a admirar o mais jovem enquanto dormia. Em sua opinião, sua cara refletia a grande Lua, para eles uma deusa de todos os segredos e mistérios que rondavam a Terra.
No alto da noite, passos foram ouvidos perto da gruta. O mais novo acordou assustado e perguntando o que estava havendo, o chefe da tribo aparece, aos pés da entrada. Envocado e com uma aparência que deixaria qualquer um, em uma situação desgostosa, ele profere as seguintes palavras: 'Mudar um de vocês terá essa noite. Pois descoberto foi, vosso segredo'.
Eles não souberam como encarar a notícia. Nunca passara pela cabeça de qualquer um dos ali presentes, a distância entre os dois, mesmo que momentânea (o chefe da tribo sabia de tudo que acontecia). O mais velho levantara e quando se caminhava para a entrada, virou-se para os dois. Com seus olhos ligeiramente manchados pela angústia, resolvera que seria ele que soferia as consequências. O chefe da tribo, reconheceu a notícia em silêncio, mas o outro ficara absorto.
Sem pensar duas vezes, fora buscar suas coisas, para assim poder partir. Enquanto isso o mais novo, esperava ansiosamente por ele, com a última ponta de esperança, não por ele, mas sim pelos dois. Meia hora depois, ele chegara com duas sacolas grandes, abarrotadas de coisas até o limite. Se aproximou do outro e disse: 'Quando sentir minha falta, olhe para o lado norte do ceú, ao lado direito da Lua. Ali estarei olhando por ti, e você como Lua, estara sempre ao meu lado'.
O amante mais novo, deixara uma lágrima estúpida, percorrer seu rosto incrêdulo. Com um beijo, o mais velho selara sua promessa e assim fugira para o norte.

Essa é a minha versão da história da Lua, uma história de amantes, que sempre que a saudade circula, apenas olham para o luar e assim, sentem-se mais seguros.
Conto dedicado a Bruna.

Um comentário:

B. disse...

aaaaai que coisa linda *-*
meu, essas histórias de lua me fascinam, juro! quando fui no planetário semana passada ouvi um monte delas e é super interessante
credo, estou nerd ultimamente --'

ai brigada por ter dedicado a mim, viu? adoro seus contos *-*

te amo