quinta-feira, 29 de abril de 2010

'Monólogos de Caio: excitação'

Não existe noite tão gratificante como esta. O brilho prateado do luar, um céu negro e límpido, mas cheio de estrelas, e um vento gelado de cortar a alma. Você não sabe o quanto aprecio o frio. Acho-o majestoso. As pessoas se vestem melhor, tem mais disposição para tarefas e pro sexo. Ah, o sexo. No frio é bem mais gostoso. Lembro da diferença de temperatura dos nossos corpos. O seu era mais quente que o meu. E os beijos? Pareciam pequenos choques que incitavam a minha libido. Hoje você não está mais ao meu lado e por incrível que pareça, isso não me entristece. Te amei muito, te quis mais ainda, mas nosso tempo acabou. O que? Se eu voltaria com ele? Quem sabe. Sou orgulhoso, mas também tenho sentimentos. Coração é, e sempre foi, algo que me desarma. Chega, isso é assunto para outro monólogo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

'Monólogos de Caio: raiva'

Porra! Não consigo disfarçar, sou imbecil demais, um simples babaca. Tem dias em que desejo ser um iceberg, sabe? Só para não deixar esse sentimento idiota me cegar. Queria minha visão de volta. Merda, por que fui tão impulsivo contigo? Você era mais um na multidão, quer dizer, não qualquer um, mas já vi tantos do seu tipo que deveria estar acostumado. Não sei, alguma coisa me chamou a atenção, mas por que você? É quase impossível te ter...

'Monólogos de Caio: frustração'

É, oi, tudo bem com você? Me desculpa por ontem, mas me desculpa mesmo. Sou assim, impulsivo, isso é algo que não consegui mudar... Ainda. Você me mandou mensagem, quer conversar? Ah, se aquilo que escrevi era pra você? Bem, já que estou fodido, era sim. Pode se afastar se quiser, vou entender o seu lado. Porra, só faço merda, sempre.

domingo, 25 de abril de 2010

'Monólogos de Caio: paquera'

Esperei, ainda estou esperando. Já vai? Mas é cedo! Fica, pelo menos por cinco minutos, prometo que não se arrependerá. O que? Se eu gosto de você? Bem, acho que não posso mentir mais (risada abafada). Sim, gosto e mais do que deveria. Foi estranho quando olhei para você, senti aquelas famosas borboletas no estômago, sabe? Merda, bebi demais, ou melhor, falei demais. Desculpa não queria te assustar...

'Marcella'

- Está cedo, volta para cama.
- Já passou do meu horário, preciso trabalhar.
- Esqueça o trabalho, fique comigo.
- Não posso.
- Te odeio.
- Não foi isso que você disse ontem à noite enquanto gozava.
- Ontem já passou, quero viver o hoje.

Irritada, levanta da cama, vai até a janela, acende um cigarro enquanto ele veste a calça jeans. Traga umas duas vezes e olha para o céu cinzento, perde-se em devaneios e o encara. Ainda com raiva, pega a camisa dele e a veste, traga mais uma vez e larga o cigarro no cinzeiro. Faz a última tentativa:
- Fica, garanto que não vai se arrepender - faz uma cara sacana -.
- Por isso não fico, me perco nas suas pernas e sei que elas me prenderão.

Marcella apela, apóia o pé esquerdo na mesa em que o cinzeiro está e começa a tocar-se, iniciando pelas coxas e aproximando-se do sexo dela, mudando a intensidade da respiração. Miguel a repreende com um olhar sério e ela corresponde com uma risada. Ele resolve assistir o espetáculo e senta-se na cama. Ela lança-lhe um olhar furtivo e ele intimidado pisca.

Ela fecha os olhos e começa a fantasiar que está no centro de um triângulo e em cada ponta há um homem, os dois que estão atrás devoram-lhe as costas, ela tenta virar, mas é impedida por um outro que a prende pela boca. Tenta enxergar os rostos, mas não consegue.

Por momentos sente-se vulnerável e gosta dessa sensação, gosta de sentir-se submissa na hora do sexo. Abre os olhos e nota que Miguel não está mais sentado e sai à procura dele. Vai até a cozinha e só encontra migalhas de pão sobre a mesa, corre até o banheiro e só encontra toalhas molhadas na pia. Possessa, ela berra os piores xingamentos para quem quiser ouvir. Ela acorda atônita e percebe que foi apenas um sonho.

Senta-se na cama, olha para Miguel que está dormindo e decide ir até a cozinha para preparar um café. Acha algumas contas debaixo do capacho da porta e reclama pela falta de dinheiro. Quando volta para o leito, percebe que ele está despertando. Deixa a xícara de café repousar ao lado do cinzeiro e acomoda-se aos pés dele. Ele abre os olhos vagarosamente e a cabeça dela vai em direção as pernas dele, deixando os lábios roçarem entre o lençol e sua pele. Para por alguns instantes, o bastante para ele reclamar:
- Seria mais vantajoso se não tivesse um lençol separando a sua boca do meu corpo...

Ela abre um sorriso tímido e puxa o lençol para si, ele afasta as pernas lentamente para que ela possa trabalhar direito. Explora as partes internas das coxas dele em movimentos longos. Os pés dele se contraem, seu subconsciente deseja que a boca dela acabe em apenas um lugar, e os minutos que ela considera como provocação, para ele são tortura. Ele aproxima as mãos da cabeça dela, primeiramente elas fazem chamegos no cabelo, mas depois, sugerem algo a mais e ela entende o recado aproximando-se do sexo dele.

Marcella o devora como se estivesse com fome, seus movimentos são rápidos, Miguel se prende no lençol, fecha os olhos e solta gemidos abafados. Ela se excita com isso e acelera os movimentos. A respiração muda, ele grita:
- PARA!

Ele a olha com uma cara de Jack Nicholson em O Iluminado e isso faz os pêlos do corpo dela se arrepiarem. Está ofegante, segundos se passam e ele vocifera:
- Agora é a minha vez e essas pernas não escaparão de mim.

Em pé e de costas para ela, ele a encosta na parede e afasta as pernas dela de maneira grosseira. O choque de temperatura dos corpos a deixa com tesão e as investidas rápidas dele a fazem gritar alto.
- Mais rápido, quero sentir você.
- Tem certeza?

Ele a pega no colo, a apóia na parede deixando-a trançar as pernas em suas costas, aumenta a velocidade das investidas e com alguns minutos eles gozam juntos. Extasiada, veste uma camisa dele, pega um cigarro e traga um gole do café frio. Ela deita no chão, ele se aconchega no peito dela e pensando alto ela deixa escapar:
- É Miguel, você é melhor que todas as minhas fantasias.
- O que você quer dizer com isso?
- Nada demais, não precisa se preocupar – e dá uma risada -.

domingo, 11 de abril de 2010

'18:36'

- Está cedo, volta pra cama.
- Já passou do meu horário, preciso trabalhar.
- Esqueça o trabalho e vamos ter um sábado de namorados!
- Não posso.
- Te odeio.
- Não foi isso que você disse ontem à noite enquanto gozava.
- Ontem já passou, quero viver o hoje.

'Sandman (Neil Gaiman)'

"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como 'talvez devêssemos ser apenas amigos' se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor.


Odeio o amor".

Sandman (Neil Gaiman)

'Domingo'

Ócio. Simples assim.

sábado, 3 de abril de 2010

'Aleatório'

Solidão, chuva, ansiedade, saudade, frustração, escuridão, vergonha, rancor, raiva, ódio, medo, alegria, felicidade, esperança, vingança e copulação.