quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

'Cartas de um suicídio'

Não posso dizer que não tentei. Que desiste na primeira ocorrência de dor, que chorei quando vi uma gota de sangue. Não posso, não agora. O que farei com todos os avanços? E contra o quê estou lutando? Sou hipócrita, frágil, fracote, um verdadeiro frangote. Um bastardo da noite sedento por conhecimento, peles e perfumes. Sou um babaca. Por trás dessa altura toda escondo um aspirante a homem. Sou um espírito que espreita a tua alma na esquina, às três da manhã. Sou a morte com a foice, o índio com a flecha, o caçador com a arma. Quero uma vítima para colocar a culpa dos meus atos. Não desejo culpar pessoas. A vida já faz isso por mim. Também não quero que elas sofram, claro, não intencionalmente. A bipolaridade de um psicopata... Seria este o vocábulo certo? Foda-se a literatura e até mesmo o cinema. Não sou visual e nem auditivo. Sou cinestésico até que o próximo psiquiatra prove o contrário. A única amiga que tenho nesta hora é a depressão.

Nenhum comentário: